quarta-feira, 22 de junho de 2011

Afinal, para que serve um pedagogo?

Qual é o trabalho do pedagogo?
            Já experimentou digitar no famoso site de busca GOOGLE : Piadas sobre pedagogos? Ainda não sei se a piada é para rir ou chorar, vendo que a única piada que você encontra lá é: ” Pedagogia: Outro curso da série de cursos "Candidata (o)s ao Golpe do Baú". Alguém já precisou ou pelo menos conhece alguém que já precisou de um pedagogo? Não há muito mais a dizer, visto que não há sinais de utilidade neste curso.”
            Será que é isso que pensam dos pedagogos? Será que o trabalho e empenho desse profissional que tem por significado Conduzir ao conhecimento; está deixando seu trabalho a desejar? Em contrapartida, há uma comunidade na rede social Orkut, que diz: “Sem professor, não tem doutor.” Podemos ir mais longe: Sem professor, pedagogo ou coordenador pedagógico, diretor, inspetores, enfim, sem as pessoas que estudaram pedagogia, não há doutores, mestres. Então, o trabalho do pedagogo é importante sim. Ele pode estar mais escondido, ás vezes não estar dentro de sua real função, sem um campo específico de atuação, responde às emergências, apaga focos de incêndios e apazigua os ânimos de professores, alunos e pais.
            Saviani (1984,pág. 09) em um discurso publicado pela revista ANDE n° 09, fala como patrono para turma de formandos em pedagogia,  em 1984, sobre o trabalho do pedagogo.  Fala ainda, sobre o leque de possibilidades do trabalho do pedagogo, seja em âmbito: escolar, social, hospitalar ou em qualquer modalidade da educação.

Assim,a pedagogia significa também condução á cultura, isto é, processo de formação cultural.E pedagogo é aquele que possibilita o acesso á cultura, organizando o processo de formação cultural. È, pois, aquele que domina as formas, os procedimentos, os métodos através dos quais se chega ao domínio do patrimônio cultural acumulado pela humanidade. E como o homem só se constitui como tal na medida em que  destaca da natureza e ingressa no mundo da cultura, eis como a formação cultural vem coincidir com a formação humana,            convertendo-se o pedagogo, por sua vez, em formador de homens. (Saviani, 1984)

                                    
            A Lei de Diretrizes e Bases, não tem menção propriamente Dita ao pedagogo em si, mas relata o papel do profissional da educação.
            À luz da legislação federal – LDB, todos aqueles profissionais de educação escolar, em particular, os das redes oficiais de ensino, que ingressam, no serviço público, através de concurso público de provas e títulos, são, portanto, detentores de cargos públicos, e, por isso, têm incumbências enumeradas ou responsabilidades explicitadas pelo Estado. A LDB, assim, ao referir-se aqueles que profissionais que têm cargos efetivos de professores os chamam de docentes. A escola, por sua vez, zelando pela valorização profissional de educação escolar, tem a incumbência inalienável de envolver os docentes no seu processo de construção ou gestão escolar.
             Vemos em vários artigos e incisos o papel do docente, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) dá diferentes títulos aos profissionais de educação escolar: professores, docentes e profissionais de ensino os artigos 61 á 67 é  dedicado aos profissionais de ensino. O Art. 64 diz que a formação de profissionais de educação para administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação básica, será feita em cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base comum nacional. Ou seja, pedagogos e docentes seguem a mesma lei.
            Entretanto, a formação dos pedagogos no Brasil está atrelada as determinações do Conselho Nacional de Educação, CNE.        O que nos remete novamente ao artigo 64 da LDB, pois sabemos que a docência é uma dos diversos atos pedagógicos.
            Mas retornando ao papel do pedagogo, podemos citar Libâneo, em Pedagogia e Pedagogos, para quê? Cita: “O pedagogo é um profissional que lida com fatos, estruturas, contextos, situações referentes a prática educativa em suas várias modalidades e manifestações.”
            Desde a sua criação, a identidade do pedagogo bem como a organização curricular foram temáticas para debates, porém, sem precisão nos resultados. Mas afinal, o pedagogo está em crise de identidade? Como explicar essa profissão, tão humanitária que buscar o melhor das pessoas?
            O pedagogo atuante favorece a formação de grupos de estudo, fortalece a interação humana na escola, melhora o clima organizacional de maneira significativa, estimulando o respeito mútuo e a boa convivência, além de desempenhar papel efetivo na construção e atualização do Projeto Político Pedagógico – PPP. O pedagogo realmente competente só tem tempo para o que é essencial em seu campo de atuação, ou seja, parar de “apagar todos os incêndios” e criar o ambiente pedagógicos, junto ao professor e a comunidade. O pedagogo é aquele que, na hora atividade do professor,  precisa sentar com ele e descobrir o que precisa, o que seus alunos precisam, o que a escola pode contribuir na pratica pedagógica desse professor.
            O pedagogo é o profissional que pode atuar em um leque de possibilidades, ou seja, precisa estar estudando, se atualizando. O pedagogo é o profissional que aprende para ensinar. Podemos concluir, s o trabalho do pedagogo da seguinte forma: ele tenta aliar as teorias com o melhor da prática pedagógica na sala de aula. Mais do que resolver problemas de emergência e explicar as dificuldades de relacionamento ou aprendizagem dos alunos, o papel do pedagogo é ajudar na formação dos professores. Mas isso é muito pouco. Na verdade, o pedagogo se faz cada vez mais necessário porque professores e alunos não se bastam. O pedagogo eficiente centraliza as conquistas do grupo de professores e assegura que as boas idéias tenham continuidade. Só assim é possível que o coordenador efetivamente forme professores (e esse é o seu papel primordial), eu diria que no dia-a-dia de uma instituição educativa é preciso:
- dispor segundo certa ordem e método as ações que colaboram para o fortalecimento das relações entre a cultura e a escola;
- organizar o produto da reflexão dos professores, do planejamento, dos planos de ensino e da avaliação da prática;
- arranjar as rotinas pedagógicas de acordo com os desejos e as necessidades de todos; e ligar e interligar pessoas, ampliando os ambientes de aprendizagem.
         O pedagogo deve ser o especialista nas diversas didáticas e o parceiro mais experiente do professor. É ele quem responde por esse trabalho junto ao diretor, formando assim uma relação de parceria - e cumplicidade - para transformar a escola num espaço de aprendizagem. O que ocorre em muitos casos é que, sem formação adequada, ele acaba assumindo funções administrativas - e a formação permanente fica em segundo plano ou desaparece. Esse é o sentido de ser um bom pedagogo, não de uma instituição, mas de processos de aprendizagem e de desenvolvimento tão complexos como os que temos nas escolas.