sábado, 12 de fevereiro de 2011

Educação Ignóbil - J’ACUSE !!! (Eu acuso !)





« Mon devoir est de parler, je ne veux pas être complice. (Émile Zola)


Meu dever é falar, não quero ser cúmplice. (...) (Émile Zola)


Ok, ok, voltamos as aulas. Entra ano e sai ano e tanta coisa continua errada, há tantos problemas escondidos embaixo do tapete... Esse artigo foi baseado em um outro que esta circulando pela internet, achei válido retirar algumas partes para refletirmos juntos, pais, professores, educadores em geral. Quero falar mais aos pais, pois eles são os maiores banalizadores da educação, vivem na teoria mesquinha, do “ estou pagando”, então "meu filho não poderá reprovar" ou "meu filho foi mal na prova"?!?, Vamos processar a escola. Pais mal resolvidos, estão gerando filhos mimados, que criam em suas mentes, doentias, a ideia de que o mundo existe para lhes servir. Geração de crianças que estão doentes emocionalmente , porque os pais, que não sabem e nem estão prontos para ser pais, compram tudo ao alcanse dos olhos. Dentro de alguns anos, viveremos a geração dos adultos mimados e infantilizados, mas antes passaremos pela geração dos adolescentes que simplesmente odeiam estudar, que agridem moralmente, emocionalmente e até fisicamente seus professores... Há uma lógica perversa por trás disso, a promoção do desrespeito aos valores, ao bom senso, às regras de bem viver e à autoridade foi elevada a método de ensino e imperativo de convivência supostamente democrática.


No início, foi o maio de 68, em Paris: gritava-se nas ruas que “era proibido proibir”. Depois, a geração do “não bate, que traumatiza”. A coisa continuou: “Não reprove, que atrapalha”. Não dê provas difíceis, pois “temos que respeitar o perfil dos nossos alunos”. Aliás, “prova não prova nada”. Deixe o aluno “construir seu conhecimento.” Não vamos avaliar o aluno. Pensando bem, “é o aluno que vai avaliar o professor”. Afinal de contas, ele está pagando...


E como a estupidez humana não tem limite, a avacalhação geral epidêmica, travestida de “novo paradigma” (Irc!), prosseguiu a todo vapor, em vários setores: “o bandido é vítima da sociedade”, “temos que mudar ‘tudo isso que está aí’; “mais importante que ter conhecimento é ser ‘crítico’.” O discurso anti-disciplina é anabolizado pela lógica doentia e desonesta da paparicação ao aluno – cliente... Estamos criando gerações em que uma parcela considerável de nossos cidadãos é composta de adultos mimados, despreparados para os problemas, decepções e desafios da vida, incapazes de lidar com conflitos e, pior, dotados de uma delirante certeza de que “o mundo lhes deve algo”.


Mas, com a licença devida ao célebre texto de Emile Zola, EU ACUSO tantos outros que estão por trás da criação de ignóbeis humanos:


EU ACUSO a pedagogia ideologizada, que pretende relativizar tudo e todos, equiparando certo ao errado e vice-versa;


EU ACUSO os pseudo-intelectuais de panfleto, que romantizam a “revolta dos oprimidos”e justificam a violência por parte daqueles que se sentem vítimas;


EU ACUSO os burocratas da educação e suas cartilhas do politicamente correto, que impedem a escola de constar faltas graves no histórico escolar, mesmo de alunos criminosos, deixando-os livres para tumultuar e cometer crimes em outras escolas;


EU ACUSO a hipocrisia de exigir professores com mestrado e doutorado, muitos dos quais, no dia a dia, serão pressionados a dar provas bem tranqüilas, provas de mentirinha, para “adequar a avaliação ao perfil dos alunos”;


EU ACUSO os últimos tantos Ministros da Educação, que em nome de estatísticas hipócritas e interesses privados, permitiram a proliferação de cursos superiores completamente sem condições, freqüentados por alunos igualmente sem condições de ali estar;


EU ACUSO a mercantilização cretina do ensino, a venda de diplomas e títulos sem o mínimo de interesse e de responsabilidade com o conteúdo e formação dos alunos, bem como de suas futuras missões na sociedade;


EU ACUSO a lógica doentia e hipócrita do aluno-cliente, cada vez menos exigido e cada vez mais paparicado e enganado, o qual, finge que não sabe que, para a escola que lhe paparica, seu boleto hoje vale muito mais do que seu sucesso e sua felicidade amanhã;


EU ACUSO a hipocrisia das escolas que jamais reprovam seus alunos, as quais formam analfabetos funcionais só para maquiar estatísticas do IDH e dizer ao mundo que o número de alunos com segundo grau completo cresceu “tantos por cento”;


EU ACUSO os que aplaudem tais escolas e ainda trabalham pela massificação do ensino superior, sem entender que o aluno que ali chega deve ter o mínimo de preparo civilizacional, intelectual e moral, pois estamos chegando ao tempo no qual o aluno “terá direito” de se tornar médico ou advogado sem sequer saber escrever, tudo para o desespero de seus futuros clientes-cobaia;


EU ACUSO os que agora falam em promover um “novo paradigma”, uma “ nova cultura de paz”, pois o que se deve promover é a boa e VELHA cultura da “vergonha na cara”, do respeito às normas, à autoridade e do respeito ao ambiente universitário como um ambiente de busca do conhecimento;


EU ACUSO os “cabeça – boa” que acham e ensinam que disciplina é “careta”, que respeito às normas é coisa de velho decrépito,


EU ACUSO os métodos de avaliação de professores, que se tornaram templos de vendilhões, nos quais votos são comprados e vendidos em troca de piadinhas, sorrisos e notas fáceis;


EU ACUSO os alunos que protestam contra a impunidade dos políticos, mas gabam-se de colar nas provas, assim como ACUSO os professores que, vendo tais alunos colarem, não têm coragem de aplicar a devida punição.


EU VEEMENTEMENTE ACUSO os diretores e coordenadores que impedem os professores de punir os alunos que colam, ou pretendem que os professores sejam “promoters” de seus cursos;


EU ACUSO os diretores e coordenadores que toleram condutas desrespeitosas de alunos contra professores e funcionários, pois sua omissão quanto aos pequenos incidentes é diretamente responsável pela ocorrência dos incidentes maiores;


Uma multidão de filhos tiranos que se tornam alunos -clientes, serão despejados na vida como adultos eternamente infantilizados e totalmente despreparados, tanto tecnicamente para o exercício da profissão, quanto pessoalmente para os conflitos, desafios e decepções do dia a dia.


Ensimesmados em seus delírios de perseguição ou de grandeza, estes jovens mostram cada vez menos preparo na delicada e essencial arte que é lidar com aquele ser complexo e imprevisível que podemos chamar de “o outro”.

A infantilização eterna cria a seguinte e horrenda lógica, hoje na cabeça de muitas crianças em corpo de adulto: “Se eu tiro nota baixa, a culpa é do professor. Se não tenho dinheiro, a culpa é do patrão. Se me drogo, a culpa é dos meus pais. Se furto, roubo, mato, a culpa é do sistema. Eu, sou apenas uma vítima. Professor, você pode fazer a diferença!

8 comentários:

Blog Compartilhando idéias disse...

Seu blog é muito interessante.
Tenho visto alguns casos semelhantes ao do seu texto. Pais que não vêem ou não querem ver que os filhos estão seguindo um caminho errado (matando aula pra ir beber, ficar conversando em sala de aula, xingar os professores), o mais absurdo que isso acontece no Ensino Superior, onde seria um local de pessoas adultas.

Blog Compartilhando Idéias
http://valdopiske.blogspot.com

Unknown disse...

Parabens!! Da até medo de postar um comentario no seu blog.Gostei muito. bj Vanilda Bordieri

Unknown disse...

Oi...
Muito Bom Texto!
Parabéns!
Realmente nos dias de hj a educação está sendo substituida por bajulações da parte dos pais e tmbm de muitos educadores...
Sou Pai e procuro mostrar ao meu filho que as coisas corretas a aprender são aquelas que de um modo básico não prejudicam ninguém, pelo contrário favorecem a sim mesmo e as pessoas...
Como nossos filhos podem ser educados hj em dia sendo tão mimados e mal acostumados com as mordomias em geral

Anônimo disse...

bem interessante.. ' parabéns. !

Andreza disse...

Gi, achei muito legal seu blog. Devemos sim se preocupar com as nossas crianças pois serão os adultos de amanhã.... mais do que se perguntar que planeta estamos deixando para os nossos filhos é: que filhos estamos deixando para o nosso planeta.
Siga em frente é por aí !!!

Mateus Knapik disse...

Oi Gi, tudo bem, infelizmente é o que está acontecendo nas escolas e em muitos lares que a gente já presenciou né, mas uma coisa me deixou feliz, ontem fomos na primeira reunião na escola das meninas e foram passados os projetos futuros, deveres e valores, etc, e por ser uma escola cristã, vimos que ainda há professores e diretores que tem uma ideologia a seguir e pulso firme, o que nos tranquiliza com o futuro delas, valeu a pena investir... Abraço e Deus abençoe... Matuca.

Gil disse...

Ilário Gih hehehe , mas e a vdd que ocorre,mas eu acredito que um dia tudo isso a de mudar !!!

Práticas Pedagógicas disse...

Como a compreendo!

Actualmente vivemos uma grande crise de valores. Não sei onde isto vai parar e não estou muito optimista.

Depois de uma época que exigiu uma forte rigidez moral e que foi muito punitiva, segue-se o oposto. As crianças são superprotegidas, não sabem lidar com qualquer tipo de frustração, o que traz consequências terríveis. É evidente o crescente infantilismo das gerações mais novas.

Acho que muitos pais e mães devem rever a sua posição e reflectir sobre a educação dos seus filhos.

Também acho que a escola é um local priveligiado para dar uma boa educação às crianças.

Para mim, uma boa educação está no meio termo: nem demasiada punição, nem demasiado permissivismo.

Não sei se já conhece o meu blog. Abordo temas semelhantes. Visite-me e siga-me. :)
http://praticaspedagestaoconflitos.blogspot.com/